Ecoar Goiânia

Outro destaque do simpósio foi a ExpoCerrado. Montada nos Blocos F e G da Área I da PUC Goiás, a exposição trouxe ao público produtos e cosméticos naturais, bijuterias, roupas, calçados, fotografias e artesanatos que têm os recursos do Cerrado como matéria-prima ou inspiração. Além disso, a exposição contou com a tenda do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, que expôs animais empalhados (ou esqueletos/carcaças) e armas apreendidas em operações com objetivo de educar e sensibilizar a população em relação aos crimes ambientais que destroem a fauna do nosso bioma.

No que se diz respeito à arte, o que mais me chamou atenção na ExpoCerrado foram as luminárias e outros artigos de decoração do artista Silvio di Oliveira. Ele confecciona esses objetos com fibras de bananeira, um recurso natural local, renovável, biodegradável, de baixo impacto ambiental e que até pouco tempo era desprezado.

Com a venda dessa fibra para artesãos, o produtor pode ter um acréscimo em sua renda familiar, pois o que antes seria desperdiçado, agora se transforma em matéria-prima. Isto é um belo exemplo de relação sustentável do nosso Cerrado: uma mistura de preservação ambiental, desenvolvimento econômico e social, cultura e arte.

E Silvio di Oliveira não para por aí quando o assunto é inovação e preservação ambiental. Ele utiliza isopor derretido para substituir a argila na confecção de esculturas, um ato que deve ser seguido por outros artistas, pois além de evitar a retirada de argila dos rios (o que afeta a mata ciliar e que pode provocar o assoreamento dos rios), dá uma destinação útil e bela para o isopor, um resíduo sólido que ainda não é potencialmente reciclado. Além disso, o artesão tece mantas com sacolas plásticas e faz esculturas com garrafa PET derretida, e muito mais. Um verdadeiro ecodesigner!

Você pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Silvio di Oliveira através de seu canal no Youtube: http://www.youtube.com/user/SilvioDiOliveira .

Jéssica Meireles