segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Saiba como foi a II Manifestação Crueldade Nunca Mais em Goiânia


Aconteceu neste domingo (18) no Parque Vaca Brava em Goiânia a II Manifestação Crueldade Nunca Mais. Parte da equipe do Projeto Mais Eco Educação estava presente e traz a cobertura e uma entrevista exclusiva com os organizadores. 




O Crueldade Nunca Mais é um grupo independente que tem como principal objetivo lutar pelo aumento das penas para os crimes cometidos contra animais. A luta começou em janeiro de 2012. Nesta época, o movimento realizou a maior manifestação pelos animais que já aconteceu. Foram 216 cidades brasileiras, além de Miami, San Diego, Londres e Nova York, mobilizando desde ativistas e protetores até artistas famosos.

Desde setembro de 2012, o movimento reivindica o avanço penal na Lei de Crimes Ambientais no Novo Código Penal.

Graças ao maciço apoio popular à petição do Movimento Nacional de Proteção e Defesa Animal (leia abaixo a carta inicial), o Projeto de Lei nº 236/12 (novo Código Penal) que está em tramitação no Congresso Nacional ampliou significativamente a defesa aos animais, criando novos tipos penais e agravando as penas até então existentes.



Pleiteamos agora que este documento seja transformado em Lei com as seguintes alterações: 1) Que a pena mínima seja de 2 anos de prisão, em toda a seção de crimes contra a fauna, afastando a possibilidade de transação penal, o que implicará em maior controle e diminuição de tais crimes; 2) O aumento da pena máxima no artigo 391 para 6 anos de prisão, face às recorrentes, perversas e fortuitas crueldades cometidas diariamente contra os animais; 3) Aumento rigoroso das penas para o tráfico de animais silvestres, por colocar em risco a biodiversidade do planeta. Atualmente o tráfico de silvestres é tido como o terceiro maior negócio ilegal do mundo, superado apenas pelos tráficos de armas e de drogas.


Repudiamos veementemente qualquer retrocesso nas garantias expressas nesse projeto de Lei! (Fonte: Portal Crueldade Nunca Mais)

Neste ano, a manifestação teve a sua segunda edição que aconteceu em todo o país e novamente em cidades estrangeiras e repercutiu na imprensa nacional. (Agência de Notícias de Direitos Animais, Notícias Terra)

Estivemos na manifestação de Goiânia que aconteceu no Parque Vaca Brava e trouxemos um pouco do que rolou por lá pra vocês. Além disso, entrevistamos uma organizadora e um organizador do ato de Goiânia. Uma entrevista exclusiva que trata de alguns pontos importantes sobre a organização e sobre o evento original.




Parte da organização, ativistas e voluntários e voluntárias começaram a panfletagem por volta das 16h depois de serem repassadas as instruções sobre a abordagem ao público. Os panfletos entregues continham informações sobre como denunciar casos de crimes contra animais, sobre a luta para que se aumente as penas nesses casos no Novo Código Penal, sobre o tráfico de animais silvestres e também incentivava a adoção. Os manifestantes tiveram a oportunidade de conversar um pouco com a população, convidá-los para assinarem a petição no site do Crueldade Nunca Mais e a participarem da marcha que seria realizada mais tarde, às 17h.


A caminhada começou por volta das 17h30 e durou cerca de trinta minutos. O grupo, de mais ou menos 30 pessoas, cachorros e gatos, saiu em volta do Parque Vaca Brava com gritos de “Crueldade nunca mais”, “Au, au, au, justiça animal!” e “Vem defender seu bicho”, e chamou a atenção das pessoas que estavam presentes, sendo que algumas delas até entraram na manifestação.



Para encerrar a manifestação, Heverton Paulo, um dos organizadores que foi entrevistado, reforçou os pontos e a importância da denúncia em caso de maus tratos e também da adoção ao invés da compra de animais. Além disso, aproveitaram para divulgar a Marcha da Defesa Animal, que acontecerá no dia 25 próximo, e que também já falamos aqui.



Agora segue a entrevista realizada com um organizador e uma organizadora do evento em Goiânia.


MEE: O movimento Crueldade Nunca Mais começou logo depois do caso do assassinato da cadela Lana em Goiás e também temos acompanhado que no nosso e em outros estados há diversos casos de crimes contra animais. Vocês têm conhecimento se, com a lei que temos hoje, o artigo 32 da Lei 9605/98 (de Crimes Ambientais), esses casos não estão sendo devidamente punidos?

Raquel Martins: O motivo principal do manifesto foi para que os casos fossem devidamente punidos como se sabe a maioria das denuncias as penas eram revestidas em cestas básicas, então optamos em fazer esse manifesto nacional pela mudança da lei, acrescido de multas. Hoje na marcha, chegaram varias pessoas contando casos de cães mau tratos e não tinham informações de números pra denuncias, onde passamos as informações e elas acabaram aderindo a marcha.


MEE: O objetivo movimento Crueldade Nunca Mais é reivindicar o aumento das penas em casos de crimes cometidos contra animais. Vocês acreditam que com penas maiores, as pessoas vão pensar duas vezes antes de maltratar ou abandonar o seu animal?

Heverton Paulo: A ineficiência das leis no Brasil (e até a falta delas) é o mais revoltante. Os covardes frios que praticam a crueldade contra os animais (seja ela qual for), atualmente sabem que dificilmente serão punidos. E é isso queremos mudar.Com penas mais severas, e que realmente funcionem, esses doentes (sic) terão ciência de que, se cometerem qualquer tipo de atrocidade,pagarão de verdade por isso.

MEE: O movimento possui também campanhas educativas que informem como as pessoas devem tratar os animais e o que fazer se presenciarem maus-tratos contra eles?

Heverton Paulo: Com certeza. Hoje por exemplo,durante a manifestação Crueldade Nunca Mais,foram distribuídos panfletos informativos com telefones de instituições de adoção,e para denúncias em caso de maus-tratos de animais.Buscamos sempre conscientizar a todos de como proceder em situações como essa.

MEE: E como foi a receptividade do público?

Heverton Paulo: Foi realmente muito boa.As pessoas sentem falta de atitudes como essa,que visam acabar com a crueldade contra os animais,e dar punições adequadas para quem a pratica.

MEE: Qual a próxima etapa a ser realizada pela organização do Crueldade Nunca Mais para conseguir o avanço penal nas leis ambientais no novo Código Penal?

Heverton Paulo: Primeiro,é continuar a coleta de assinaturas virtuais,numa petição que tem por objetivo o aumento das penas para crimes de crueldade contra animais (que será entregue às autoridades competentes assim que concluída).E já no próximo domingo,dia 25,haverá outra manifestação de cunho maior,no Parque Vaca Brava às 10h.

MEE: Pra finalizar, qual seria a sua mensagem para o pública que está lendo esta entrevista?

Heverton Paulo: Nossa mensagem é: os animais não se importam se você é bonito(a) ou feio(a),rico(a) ou pobre,preto(a) ou branco.Dê amor e comida a um cachorro,por exemplo,que ele vai retribuir esse amor sem pedir nada em troca.Eles são puros,sem maldade.E não podem se defender sozinho de monstros como tem se visto.Por isso,junte-se a nós nessa luta.Os simples atos de adotar ao invés de comprar,e denunciar maus-tratos,já é de uma importância imensurável.

Por fim, Raquel aproveita a oportunidade para pedir desculpas por qualquer problema na organização, diz que foi a primeira manifestação que organizou e que, pela falta de uma pessoa que tomasse frente do protesto, ela se sensibilizou e aderiu à causa. E acrescenta: "Porém, conheci muitas pessoas e ONGs bacanas, muitos vira-latas lindos e estou grata com os que participaram e sei que foi todos de coração, e o mais legal é quando você consegue passar a mensagem que foi do projeto Crueldade Nunca Mais, e acho que conseguimos, ou quase (risos)!"


Veja agora algumas fotos registradas por nós durante a m manifestação.






















Foi assim, pessoal. Esperamos ter trago os acontecimentos da melhor forma possível e queremos agradecer a disponibilidade da Raquel e do Heverton por serem tão queridos em aceitarem a proposta da entrevista. Ficamos muito felizes em participar, é sempre muito bom estar em eventos que unem pessoas e animais lutando por uma causa em comum: direitos de quem não consegue falar, mas, assim como nós, sabe sentir.

Até a próxima!


Equipe Mais Eco Educação

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