quinta-feira, 30 de junho de 2011

Arquitetura Sustentável

Muito se tem falado sobre sustentabilidade nos últimos anos devido aos graves problemas ambientais ocasionados pelo desenvolvimento. Essa preocupação se mostra em diversos setores, inclusive na construção, principalmente por sua grande capacidade destrutiva do ambiente.




Segundo o relativo aos Assentamentos humanos, a indústria da construção é
a maior fonte do dano ambiental através da degradação de frágeis zonas ecológicas, da deterioração dos recursos naturais; da contaminação química e da utilização de materiais que são danosos à saúde humana (HABITAT-II, 1996).
Assim, surge no mundo a chamada Arquitetura Sustentável, um termo que surgiu no início deste século, e busca uma construção seguindo os princípios do desenvolvimento sustentável, utilizando de “forma responsável e racional os recursos naturais do planeta, em especial, os energéticos, para a preservação das futuras gerações” (PONCE, 2008).

De modo geral, a arquitetura tem o papel de manter e gerar o bem-estar da sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos sociais, culturais e econômicos. A Arquitetura Sustentável deve não só minimizar os impactos gerados ao ambiente, mas, “especialmente, integrá-la aos ciclos naturais da biosfera de forma a criar efeitos positivos, sendo um agente renovador, reparador e restaurador” (COSTA; SCOCUGLIA, 2008).

Em 1992, a Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, publica a Agenda 21, que condena a indústria da construção por seu impacto no ambiente. A Agenda tem como principais recomendações:

• empregar técnicas de construção de uso intensivo da mão de obra;

• promover as técnicas tradicionais, com recursos regionais;

• utilizar materiais locais e fontes de construção indígenas;

• melhorar o uso e fabricação de materiais e técnicas construtivas;

• reutilizar os materiais de construção;

• desalentar o uso de materiais danosos ao ambiente (PONCE, 2008).

E estes também são os principais itens da Arquitetura Sustentável, que tem como maior objetivo evitar agressões ao ambiente em cada um dos processos da construção, desde antes do início até uma possível demolição, reduzindo os resíduos resultantes e os consumos energéticos do edifício.

Dessa forma, a construção deve se adequar ao terreno e não o contrário. A obra deve se adaptar à topografia, ao clima, aos ventos, às orientações, aos elementos existentes – naturais e artificiais -, à relação entre os espaços exteriores e interiores. Esta adaptação é o respeito às condições urbanas e ambientais e inclui a adequada solução das necessidades de iluminação, insolação e ventilação, com a conseqüente redução dos custos de construção, operação e manutenção. A construção deve atingir um nível de conforto térmico e de qualidade do ar adequado, de forma que não haja necessidade de sistemas de ventilação ou aquecimento artificiais.

Destacam-se, portanto, dentre as diretrizes de sustentabilidade existentes na arquitetura, os “sistemas de refrigeração passiva, fontes alternativas de energia, reutilização de água da chuva, reuso de águas servidas, reutilização de materiais de construção e utilização de materiais alternativos” (COSTA; SCOCUGLIA, 2008).

Dessa forma, na Arquitetura Sustentável busca-se construir de forma que os danos causados ao ambiente pela indústria da construção sejam diminuídos o quanto possível. A construção deve ser feita com o menor custo necessário, buscando materiais alternativos e com baixo custo energético. Tudo isso, sem deixar de lado os critérios de excelência arquitetônica. O intuito é esse: fazer o mais e o melhor com o menos, e de bem com o ambiente.

Nas próximas postagens, buscaremos mostrar como é possível a implantação de uma Arquitetura Sustentável com qualidade através de exemplos de obras pelo mundo que seguem o princípio de construir com responsabilidade ambiental.

Mayumi Yoshida.


Referências

PONCE, Alfonso Ramírez. Arquitetura regional e sustentável. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2011.
COSTA, Suerda Campos da; SCOCUGLIA, Jovanka Baracuhy Cavalcanti. Diretrizes de sustentabilidade na arquitetura. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2011.
FRAGA, Marcel Faria. Panorama da Geração de Resíduos da Construção Civil em Belo Horizonte: Medidas de Minimização com base no projeto e Planejamento de obras. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2011.
BARROSO-KRAUSE, Cláudia; BASTOS, Leopoldo. Sustentabilidade e Arquitetura: Histórico e abordagem do estado da arte. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2011.

1 comentários:

Cássio Augusto disse...

Grande ideia Mayumi, texto legal,direto e conciso.

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