terça-feira, 16 de outubro de 2012
Preocupação: construção deve crescer em 4% em 2013
08:30 |
Postado por
Mayumi Yoshida
Oi,
galera! Como a Jé falou no post de ontem, agora escrevo sobre Arquitetura, Urbanismo
e arte nas terças-feiras. E ontem tava lendo algumas notícias e vi uma falando
sobre o crescimento do setor da construção no país em 4% no ano que vem. Muito me
preocupa os impactos ambientais gerados por esse setor e decidi relembrar nesse
post a importância de se pensar numa construção mais sustentável. Então, vamos
lá!
A
afirmação de que a construção deve acompanhar o crescimento da economia geral e
ter um aumento de 4% em 2013 é da coordenadora de construção civil da Fundação
Getúlio Vargas (FGV) Ana Maria Castelo e foi apresentada no início do mês durante
a Reunião de Conjuntura da Diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil
do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
A
construção civil é um dos mais importantes setores da economia no país, sendo
responsável por mais de 2,327 milhões de empregos diretos e indiretos. Porém,
caracteriza-se por ser um dos que mais consomem recursos naturais, desde a
produção dos materiais utilizados até a execução da obra passando pela sua
operação ao longo do tempo até uma possível demolição.
No
Brasil 75% do que é extraído do meio ambiente vai para o setor da construção.
Só que é impressionante o fato de que de tudo que se extrai da natureza apenas
entre 20% e 50% das matérias-primas são realmente consumidas. O volume de resíduos
gerado (entulho de construção e demolição) chega a ser duas vezes maior que o
volume de lixo sólido urbano. O economista e mestre em tecnologia ambiental
Elcio Carelli, da empresa Obra Limpa, afirma que 60% do total de resíduos
produzidos nas cidades brasileiras têm origem na construção civil.
Além
dos resíduos gerados, a construção/produção de materiais também produz poluição
que ultrapassa limites tolerados em poeira e CO2. Por isso a reciclagem é
importante. É a prática ideal de transformação para reduzir o volume de
extração de matérias-primas através da substituição por resíduos reciclados,
redução de áreas destinadas a aterros, redução de energia referente ao processo
de extração.
Além
disso, 44% da energia elétrica do Brasil são consumidas pelos edifícios desde a
extração e fabricação de materiais, do transporte à obra e a construção do
edifício, até a parte da ocupação, manutenção e demolição. A construção civil é
responsável também por grande parte do consumo de água potável no mundo. Em
áreas urbanizadas chega a ser de cerca de 50% da água potável fornecida à
região, podendo chegar a 84% como ocorre na cidade de Vitória (ES), de acordo
com a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). Assim, vê-se a
importância em se alcançar a eficiência energética através de investimento em
projetos bioclimáticos com uso, quando possível, de energias renováveis, e
também do uso adequado de fontes alternativas de água em substituição à água
potável. Com o uso racional de recursos é possível reduzir entre 30% e 40% o
consumo de energia e de água.
Viram
só? Os impactos são inúmeros. Uma construção sustentável, além de diminuir o
uso de recursos naturais e a poluição causada na construção, pode proporcionar melhor
qualidade de vida aos seus ocupantes, tanto na melhoria da qualidade do ar quanto
ao fato de proporcionar uma rotina menos estressante e um ambiente mais agradável.
O
custo dessa construção pode ou não ser maior do que a convencional, pois vários
fatores devem ser analisados. O projeto sustentável deve priorizar soluções
visando a eficiência energética e conforto; o uso de sistemas e tecnologias
para redução do consumo de água; e, principalmente, a otimização dos recursos
utilizados na obra. Com isso, pode-se chegar a um custo de 1% a 5% maior que o
de construções tradicionais, mas esse custo vem caindo nos últimos anos, e temos
que lembrar o fato do custo na operação do edifício. Um estudo de 2003 da
Força-Tarefa de Construção Sustentável da Califórnia mostra que um investimento
inicial de um projeto sustentável de apenas 2% pode produzir uma economia de 10
vezes o investimento inicial, com base em um período de 20 anos de construção.
É isso,
querid@s. Viram como a construção sustentável é de extrema importância e traz
benefícios a tod@s? São necessárias ações conscientes, lembrando sempre que a
arquitetura sustentável vai bem além. É preciso pensar em tudo: adequação ao
clima e à topografia local, utilização de materiais reciclados/recicláveis,
eficiência energética, otimização da ventilação e iluminação naturais, etc. Tudo
isso levando em conta a qualidade do ambiente e a qualidade social. Só assim
podemos fazer com que esse crescimento na construção civil seja realmente um
crescimento, não uma forma de desrespeito com o ambiente e com a sociedade.
Espero que tenham gostado do post de hoje. Até a próxima, amores e amoras.
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