terça-feira, 27 de novembro de 2012

Shigeru Ban e sua arquitetura com papel

Boa noite, leitores e leitoras! Hoje, depois de muito tempo sem falar de arquitetura, trouxe para vocês algumas coisas sobre a obra do Shigeru Ban, um arquiteto japonês que desde 1990 vem trabalhando em soluções habitacionais para vítimas de desastres naturais ou humanitários. O mais interessante, além do trabalho social, é que ele utiliza o papelão como material de construção, além de outros abundantes em cada região onde trabalha. Dessa forma, vem ajudando a reconstruir comunidades devastadas, como em Ruanda, Vietnã e Turquia. Vejam só.

Shigeru Ban 


Os primeiros experimentos de Shigeru Ban com o papel datam de 1986, quando se surpreendeu diante da sua excepcional resistência. Usado com função estrutural, o material apresentava desempenho comparado ao do bambu, também muito utilizando na arquitetura japonesa. Em 1990, Ban recebeu permissão para construir com o papelão. Esse papel reciclado é colado em torno de tubos de alumínio e tratado com cera à prova de água, formando colunas, vigas e paredes de casas, igrejas, museus e pontes.

Shigeru Ban e equipe e peças para a montagem dos abrigos.
As colunas de papel reciclado têm melhor acabamento estético que as de madeira ou concreto, além de representarem uma solução viável em termos ecológicos. Podem ser recicladas, não liberam substâncias tóxicas durante a queima e têm baixo custo de produção. (Shigeru Ban)
Em um campo de refugiados em Ruanda depois da guerra, por exemplo, o arquiteto usou tubos de papelão para apoiar as tendas fornecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas), o que evitou corte de mais árvores para serem usadas como postes de madeira.
 
Abrigo em estrutura de tubo de papel. Ruanda.

Já em 1995, trabalhou no projeto de 50 casas para vietnamitas vítimas de um terremoto que atingiu Kobe. Um alojamento que incluiu uma igreja, originalmente concebida para ser temporária, mas que ali atravessou anos. 

Alojamento para as vítimas do terremoto em Kobe, no Japão. 1995. À direita, zoom nas caixas de cerveja cheias de areia que funcionam como fundação.
As fundações foram feitas de caixas de cerveja cheias de areia, evitando fundação de concreto. Após convencer o padre local da eficácia e da força da solução, também fiz uma igreja com tubos de papelão. Para aqueles que tinham dúvidas sobre a força deste material, a estrutura que era temporária se tornou permanente. (Shigeru Ban)
Igreja no alojamento em Kobe, que inicialmente era temporária, tornou-se permanente.

Em 1999 Shigeru Ban foi responsável por casas temporárias isoladas em papelão na Turquia. Em 2004 trabalhou em uma aldeia de pescadores no Sri Lanka após terremoto seguido por tsunami, onde foi capaz de desenvolver soluções simples dentro das estruturas de acolhimento, dividindo ambientes em casas separadas para garantir a privacidade da população.

Veja mais obras do arquiteto.

Paper House, Yamanashi, Japão, 1995.

Paper Pavilion, Hannover, 2000.

Pavilhão temporário da Garage Center for Contemporary Culture, Moscou, Rússia, 2012.  

E aí, gostaram? Acho o trabalho do Shigeru Ban incrível! Porque utiliza o papel, um material inovador na construção, que é sustentável, evitando danos ambientais muito comuns numa construção com materiais tradicionais. Além de ser rápido, sob os comandos do arquiteto, até parece prático, o que facilita quando os países carecem de edifícios emergenciais. E tudo isso resulta em obras muito bonitas, não é mesmo?

Bem, por hoje é isso. Até a próxima semana! 

Mayumi.

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